“Mercado Financeiro” projeta juros altos por vários anos

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Hoje, o Banco Central do Brasil publicou o chamado “Relatório Focus” (https://www.bcb.gov.br/content/focus/focus/R20230728.pdf ), que traz as expectativas do “mercado financeiro” (ou seja, principalmente os rentistas da dívida pública) sobre a evolução futura da Taxa de juros “Selic”, atualmente em 13,75% ao ano. Na atual situação, o Brasil é o campeão mundial disparado no que se refere aos juros reais (juros totais menos a inflação), com uma taxa de 10,27% ao ano, enquanto a Europa pratica taxa de juro negativo de -1% ao ano, o Japão -3,29%, e os Estados Unidos 2,43%.

Desta forma, mesmo que nesta semana o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central faça uma redução na Taxa Selic considerada pelo “mercado” como muito “arrojada”, de 0,5% ou até 1%, ainda estaremos muito distantes dos países que priorizam os investimentos no setor produtivo, e não no rentismo bancado pelo Estado, ou seja, pelo povo.

Além do mais, segundo o “mercado”, mesmo no longínquo ano de 2026, a taxa de juros reais no Brasil ainda deve estar em 5% ao ano (percentual resultante da diferença entre a projeção da Taxa Selic de 8,5% ao ano e a inflação de 3,5%), ou seja, muito acima das taxas praticadas atualmente nestes outros países.

Portanto, no que depender do “mercado”, que tem sido muito bem ouvido e atendido pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, o Brasil ainda vai ter juros altos por muito tempo, comprometendo o ritmo da economia real e mantendo a transferência de riqueza da classe trabalhadora para os rentistas super ricos.

É preciso romper com esse modelo, que usa a falsa justificativa de combate à inflação para manter juros estratosféricos, conforme vem sendo apontado pela Auditoria Cidadã da Dívida. É preciso fazer uma ampla auditoria sobre esta dívida pública, cujo principal fator de crescimento (a taxa de juros) possui graves indícios de ilegalidades, como a forte influência dos rentistas em sua formulação.

AUDITORIA DA DÍVIDA JÁ! COM PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE