Não há justificativa para a abusiva elevação dos juros
Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir pelo oitavo aumento consecutivo da Selic na semana passada, a taxa básica de juros chegou aos 10,75% e, ao que tudo indica, não vai parar por aí. Após divulgação da ata da 244ª reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (8), analistas do mercado financeiro – que ganham com juros altos – indicam que a taxa poderá chegar aos 12,25% até maio, criando desculpas sem fundamento técnico algum (como a “PEC dos Combustíveis”). Enquanto isso, os fatores que de fato provocam a inflação brasileira seguem intactos e a população fica sacrificada por todos os lados: inflação alta e juros abusivos! Mas bancos batem recordes de lucros.
Como explicou Maria Lucia Fattorelli em seu artigo “Banco Central dispara juros e aprofunda crise fabricada”, ao aumentar a Selic, o Banco Central provoca aumento de todas as taxas de juros de mercado, amarrando a economia. Os únicos que lucram são os bancos, remunerados diariamente pelo dinheiro que eles não emprestam à população, através da “Bolsa-Banqueiro”, paga, sem limite, por meio dos Depósitos Voluntários Remunerados (Lei 14.185/2021). E esse estímulo torna-se ainda mais sedutor quando a Selic dispara e garante elevada remuneração diária aos bancos.
A Auditoria Cidadã da Dívida vem tratando da temática do combate aos juros altos e informando à sociedade que, no Brasil, a inflação decorre do aumento de preços administrados pelo próprio governo (combustíveis, energia, planos de saúde, remédios etc.) e altas de alimentos, devido à política agrícola que privilegia a agricultura de exportação, além da desvalorização do real, causada por incompetência do Banco Central (que oferece contratos de apostas – swap – estimulando a especulação com a moeda brasileira) e devido à ausência de controles sobre os fluxos de capitais financeiros especulativos. A política monetária do Banco Central está suicidando o Brasil! Somente uma sociedade informada e consciente poderá mudar o nosso futuro e exigir as mudanças necessárias. Temos que virar esse jogo!