Núcleo RJ da Auditoria Cidadã participa de eventos na Cinelândia

Debate público na escadaria da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro

Paulo Lindesay

O Núcleo da Auditoria Cidadã do Rio de Janeiro foi convidado pelo movimento “Ocupa Câmara Rio” para um debate na praça Cinelândia/RJ, no dia 29 de agosto de 2013, as 19:30. Os companheiros José Bernardes, Murilo Alves, Zenith Alves e José Ronald intermediaram a realização do evento junto aos organizadores. Paulo Lindesay abriu o debate explanando sobre a verdadeira face da dívida pública e suas consequências para nação. Falei sobre o sistema da dívida e a importância do tema ser colocado na agenda dos movimentos de ruas, sociais e políticos. Afirmei que a falta de estrutura do país passa pela retirada de volumosas quantidades de capital – pelos rentistas internacionais e nacionais – do orçamento público do Brasil. Reafirmei a exigência da Auditoria Cidadã em ver o cumprimento do Art. 26 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, segundo o qual, um ano após a promulgação da CF/1988, deveria ser realizada a auditoria da dívida publica. O que até os dias de hoje não foi executado.

O tema desperta interesse e espanto quando o povo toma posse desse conhecimento. Fizemos um comparativo entre os recursos aplicados no Programa “Bolsa Família”, em torno de 25 a 30 bilhões de reais anualmente, com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, R$ 753 bilhões em 2012, com cifras diárias de mais de R$ 2 bilhões. O equivalente a mais de 30 anos do “Bolsa Família”. Além disso coloquei que os ex-presidentes FHC e Lula juntos pagaram mais de 6 trilhões de reais de juros e amortizações da dívida pública brasileira. Que o anúncio do pagamento da dívida externa em 2005, pelo então presidente da republica, Lula, não passou de um jogo de marketing do sistema. Informei que o Brasil até o início do mês de agosto, já havia pago, a título de juros e amortizações da dívida pública, mais de 577 bilhões de reais, ou seja aproximadamente R$ 2,4 bilhões diários.

A companheira Susana também falou em nome do Núcleo RJ, reafirmou as minhas palavras e ao mesmo tempo esclareceu ao público sobre alguns questionamentos levantados, principalmente acerca da produção de grãos do Brasil ser insuficiente para alimentar o povo e a PEA (População Economicamente Ativa). O porque do IBGE pesquisar pessoas a partir dos 9 anos de idade. Colocamos que em relação à grande produção de grãos do pais, demonstrado no último Censo Agropecuário, o IBGE constatou que mais de 70% da produção agrícola foi realizada pela agricultura familiar, pequenos e médios produtores, que verdadeiramente alimentam o povo. E que o  Agronegócio concentra grandes extensões de terras e prioriza a produção das “commodities” (para a alimentação do gado ou as matrizes energéticas). Em relação à pesquisa da PEA, Susana colocou que o trabalho infantil continua como uma realidade perversa da nossa sociedade. Ao final tivemos uma boa aceitação e criamos mais um vinculo de debates com o povo. Convidamos o público presente e as mais de 158 pessoas que nos assistiam pela internet a participarem das reuniões do Núcleo da Auditoria Cidadã do RJ e do Seminário da UERJ, no dia 16 de setembro de 2013, onde haverá a presença da Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã, Maria Lúcia Fattorelli.

Nos despedimos e nos colocamos à disposição para futuros debates e palestras. O Núcleo da Auditoria Cidadã da Dívida do Rio Janeiro foi representado pelos seguintes companheiros (as): Paulo Lindesay, Susana Drumond, José Bernardes, José Ronald. Além de militantes da ASSIBGE-SN, Rosangela (Chile) Serginho Coroné (Chile) e Fernando Lemos (Sede).