19/11/2016 – ACD/SC se reúne durante ocupação do CSE da UFSC

Compartilhe:

Por Ana Carolina Madeira, jornalista e participante da ACD/SC

Em virtude do apoio do Núcleo Catarinense da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD/SC) às ocupações estudantis, a reunião da tarde de hoje, 19, aconteceu no Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC. Pacificamente, os integrantes do núcleo conversaram com alunos, debateram a pauta e aprofundaram a formação com apoio do economista do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese-SC) Mauricio Mulinari, que também assessora a Federação dos Trabalhadores no Comércio do Estado de Santa Catarina (Fecesc).

O CSE está ocupado desde o dia 09 de novembro, sem paralisação das aulas. Mesmo assim, na noite de ontem, dia 18, aconteceu uma manifestação contrária à ocupação, onde outros estudantes entraram com palavras de ordem, penduraram cartazes e agrediram verbal e fisicamente estudantes da ocupação, principalmente mulheres, sendo um deles golpeado até desmaiar.

A ACD/SC tem sido chamada para diversos eventos, como os debates ocorridos em outros prédios ocupados da UFSC, Frente em Defesa da Saúde Pública, Conselho Estadual de Saúde, Instituto Estadual de Educação, cursos de Enfermagem, Arquitetura, Química e Sistemas da Informação entre outros. De acordo com o economista Guilherme Frissmer acredita que o nível de consciência está crescendo rapidamente e que as pessoas estão sedentas de conhecimento.

Maurício Mulinari falou do atual distanciamento entre sindicalistas e classe trabalhadora ao longo das últimas décadas que resultou em trabalhadores não se sentirem mais representados por sindicatos. De acordo com ele, a conjuntura atual tem provocado a radicalização política. Sobre o tema da dívida pública, o economista do Dieese atesta para atingir o trabalhar, o assunto precisa atravessar a luta de classes. O trabalhador está cansado, chega ao desespero, o que motiva os extremismos que têm aparecido em todos os setores.

“O Plano Real conciliou a aristocracia capitalista com a rural do passado via Dívida Pública. Transforma em elemento de obtenção de capital sem fazer uma revolução. Só que é funcional até haver outra crise, como a que vivemos atualmente. Quando a crise capitalista vem, desmancha toda a farsa da dívida pública e traz à tona todo o passado da revolução que não aconteceu. Só que a crise capitalista é criada pelo próprio capitalismo”, conclui Mulinari.