Água é vida. Não é para lucrar – Nota sobre a privatização da CORSAN
A Holding ITAUSA se apropria da água dos Gaúchos (consórcio liderado pela Aegea). Valor de 4,15 bilhões de reais por uma empresa que fatura R$ 3,3 bilhões de reais por ano. Governo entreguista comemorou um ágio de 1,15% em relação ao mínimo estabelecido no edital.
A realização da venda da CORSAN, no dia 20 de dezembro, com enorme pressão sobre o Judiciário que resistiu a venda, e grande soma de recursos investidos na imprensa, representa a continuidade da entrega de empresas públicas para atender os interesses dos financistas.
Este ato desconhece a decisão do povo que elegeu um Governo Nacional que declara que não fará privatizações. Assim, todos os atropelos foram necessários. Tinha que ser agora.
O Rio Grande do Sul leiloou em julho a geradora de energia elétrica CEEE-G para o grupo CSN. No ano passado, o Estado vendeu a distribuidora de energia CEEE-D para a Equatorial Energia e o braço de transmissão CEEE-T para a CPFL Energia. No setor de gás, o Estado alienou em 2021 a distribuidora de gás canalizado Sulgás para a Compass.
Os “banqueiros” e aqueles que vivem de rendas encontram algum limite para saquear o Estado pela política de extração direta via dívida pública e, contando com um Governo subordinado, decidem avançar sobre o patrimônio material do povo.
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal, em 2022 e, assumiu o compromisso de pagar R$ 74 bilhões até o ano de 2048, de uma dívida nunca auditada e que pelo simplificado exame contratual “JÁ ESTÁ PAGA”, bastando retirar os juros e aplicar o IPCA (no lugar do IGPDI) no contrato, desde o seu nascimento em 1998.
A sanha privatista é o produto direto da dívida pública, produzida e alimentada pelo sistema financeiro.
O Núcleo Gaúcho da Auditoria Cidadã manifesta inconformidade com a ideia de transformar em negócio lucrativo um produto, a água, sinônimo de vida, entregue hoje, na casa dos Gaúchos, por R$ 0,1 centavo ao litro, pela empresa pública CORSAN.
Seguiremos na luta e na denúncia da dívida que quebra o sistema federativo e condena o povo à miséria.
Enquanto Países desenvolvidos voltam a estatizar serviços públicos essenciais, governos subordinados entregam o que foi construído por gerações.