Núcleo Capixaba participa do Encontro “Igreja e Sociedade em Ação”

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Por Lujan Miranda, especialista em Direito Constitucional e coordenadora do Núcleo Capixaba.

 

O Núcleo Capixaba da Auditoria Cidadã da Dívida – NC-ACD, representado por Laureni França e Lujan Miranda, participou neste 27/07/2019 do Encontro Igreja e Sociedade em Ação com mais de 400 representantes de igrejas cristãs, religiões afro-brasileiras, pastorais sociais e dos movimentos sociais.
O Encontro foi organizado pelo Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória, que tem como vigário o Padre Kelder Brandão e se revestiu de grande importância neste momento político, onde o ataque aos direitos sociais, a insegurança, a intolerância, o incentivo à violência por parte de autoridades e a banalização da vida são gritantes.
No turno da manhã, além da belíssima abertura, onde os/as participantes desfilaram com os símbolos, faixas, bandeiras, cartazes dos movimentos que participam e ações que desenvolvem, houve uma mesa sobre Conjuntura, da qual participaram o arcebispo de Vitória, D. Dario Campos, a professora Marlene de Fátima, da UFES e o educador social Jocelino Silva, do Instituto Raízes.
Após as exposições foi aberto o debate, e Laureni, do NC-ACD, entregou ao representante da Igreja Católica, D. Dario, a Interpelação Extrajudicial da Auditoria Cidadã da Dívida sobre a PEC 6/2019 (veja abaixo curtos vídeos deste e de outros momentos do Encontro).
Além das reflexões importantes trazidas com o resgate feito pelo arcebispo sobre o que faziam com o café e com as matas na década de 50 no Espírito Santo, sobre sua história entre este Estado e o Estado de Minas Gerais, onde viveu a maior de sua vida, sobre o momento de polarização que vivemos e os desafios encontrados diante da fragmentação; dos inúmeros dados apresentados pela professora Marlene, tivemos as provocações feitas pelo Jocelino, que questionou “o que são os movimentos sociais?”, colocou o dedo nas chagas sociais e expôs a dura realidade das pessoas, especialmente jovens, pretas e pobres.
Afirmou que há ausência de compaixão coletiva nas nossas relações, que não se cria referência nos espaços públicos e que nas comunidades o que não falta são o Conselho Tutelar, Igrejas, Escola e o Tráfico de Drogas. E que em momentos de maior tensão, quem sempre está de portas abertas são as escolas. E lembrou dois momentos muito fortes: a missa de Domingo de Ramos (missa de corpo presente) celebrada pelo Padre Kelder e o Terror da Piedade, em 2018, durante o qual até a igreja fechou as portas. A missa a que Jocelino se referiu foi celebrada no dia 13 de abril de 2014. É que no período em que a procissão percorria o bairro São Pedro, em Vitória, o padre tomou conhecimento do assassinato a tiros de um jovem, Sérgio Rodrigues dos Santos, e decidiu realizar a missa ao redor do seu corpo.
Após o debate sobre a conjuntura representantes das diversas organizações se reuniram em grupos para refletirem sobre “O que nos une? Quais ações podemos realizar, enquanto igreja e movimentos sociais? Quais as estratégias para viabilização dessas ações?”.
Ao final os grupos apresentaram o que acumularam e as ações serão trabalhadas pelas igrejas e movimentos sociais. Destacamos que, dentre as diversas ações, encontra-se Auditoria da Dívida Pública.