Para pagar bolsa-banqueiro não precisa de PEC, já para o auxílio aos mais pobres…

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No Brasil, quando o assunto é dinheiro do orçamento público, temos dois pesos e duas medidas. A “bolsa banqueiro”, como apelidamos um dos mecanismos operados pelo Banco Central que remunera a sobra de caixa dos bancos de forma parasita (como explicamos em detalhes neste artigo ) vem sendo paga religiosamente e em valor cada vez maior. Por outro lado, o Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família no ano que vem, é constante alvo de ataques e problematizações quanto ao seu pagamento aos mais necessitados.
 
Usada como base para o pagamento da “bolsa banqueiro”, a taxa SELIC disparou de 2021 para cá sob a falsa justificativa de controle da inflação, e junto com ela subiu também a remuneração paga aos bancos, incidente sobre um estoque de R$ 1,247 TRILHÃO de “operações compromissadas” e “depósitos voluntários remunerados”. Quanto maior a taxa de juros, mais dinheiro os bancos recebem. O Banco Central não se importa se ao aumentar a Selic também fará com que aumente a dívida pública ou se terá ou não dinheiro para pagar esta remuneração aos banqueiros, pois para isto não há limite estabelecido em teto de gastos (apesar do dinheiro sair do Orçamento Federal).
 
Agora, quando o assunto é a continuidade do auxilio que já vinha sendo pago aos mais pobres no valor de R$ 600 e que por uma decisão do atual governo não constou na proposta orçamentária de 2023, o governo eleito está precisando criar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC, que possui uma tramitação complexa e demorada) para que essa despesa fique fora do “teto de gastos” sociais, e assim possa ser executada… Na nossa live desta quarta-feira (30), “Por que atacam a ACD justamente quando fica evidente que a DÍVIDA é o foco dos problemas?” tratamos bastante deste tema. Assista em nosso canal no YouTube e saiba mais.