Precedente histórico: Seis países do G7 defendem a suspensão do pagamento de dívida pública

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Notícia desta quinta-feira (21/7/2022) do jornal Valor Econômico mostra que um grupo de seis países formado por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Japão e França, todos pertencentes ao G-7 (grupo dos países mais industrializados do mundo) estão apoiando a suspensão de pagamentos de dívida pública externa da Ucrânia até o final de 2023 – inclusive encorajando que detentores privados de títulos deem seu consentimento a esta solicitação.
 
Este fato mostra a falácia de que a suspensão de pagamentos por qualquer país levaria a uma crise econômica e que seria algo inaceitável por parte dos bancos internacionais. Portanto, fica claro que a solução do problema da dívida é, essencialmente, político, ou seja, depende da vontade política dos governantes. Daí a razão para que a população se mobilize pela auditoria e anulação das dívidas ilegítimas em todo o mundo.
 
Importante ressaltar que o Brasil vive uma guerra muito pior que a da Ucrânia (47 mil homicídios e 20 mil mortes por acidentes de trânsito, somente em 2021, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública e do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito – Renaest, respectivamente). Isso sem citarmos as péssimas condições de vida de dezenas de milhões de pessoas pobres ou até famintas no país, o que justificaria muito mais uma suspensão de pagamento da dívida pública, que no Brasil possui diversos e graves indícios de ilegalidades.
 
Apesar da dívida pública preponderante no Brasil ser a chamada “dívida interna”, ela guarda semelhanças com a chamada “dívida externa”, dado que nas últimas décadas, com o livre fluxo de capitais financeiros internacionais, qualquer banco ou investidor estrangeiro pode, ao toque de um botão, aplicar suas fortunas em títulos da dívida “interna” brasileira e levar de volta seus ganhos com juros livremente, convertidos para moeda estrangeira, sem restrição. Na realidade, ambas as dívidas tem servido para transferir renda e riqueza da classe trabalhadora para grandes bancos e investidores, e quem defende seu pagamento sem auditoria contribui para a exploração do povo pelo grande capital financeiro.