Reduzir gastos sociais para atrair investidores é uma falácia
A Procuradora do Ministério Público de Contas do estado de São Paulo, Dra. Élida Graziane, que participou de live no canal da ACD na segunda-feira passada, destacou que a União vem com uma tendência histórica de falsear o superávit primário, sacrificando serviços sociais que são garantidos pela Constituição Federal de 1988, para priorizar o pagamento de juros e amortizações da dívida pública.
Ela Inclusive deixou claro que a promessa de amortização da dívida pública em detrimento dos direitos sociais, gerando “uma fada da confiança” que traria uma trajetória de expansão do PIB, equilíbrio da moeda e reduziria os juros, é uma FALÁCIA.
“No livro do Victor Nunes Leal “Coronelismo inchado e voto”, ele fala que a estratégia do Governo Central é sempre gerar esse constrangimento em duas dimensões: o cofre das graças e o poder da desgraça. O cofre das graças é essa liberação a conta gotas, esse beija mão, essa mendicância por emendas parlamentares, essa liberação literalmente subjetiva, essa liberação capturada de recursos públicos, que os entes municipais e estaduais têm que pedir o favor da União, como se eles não tivessem autonomia política, como se não houvesse uma responsabilidade solidária, o planejamento federativo em como cumprir o SUS por exemplo. Do outro lado, o poder da desgraça, é exatamente esse constrangimento em relação as fontes regulares impessoais ordinárias de liberação dos recursos, o dinheiro chega atrasado, desafaso quando chega…”, disse a Dra. Élida Graziane.