Representante da ONU diz que não se priorizou o combate à fome no Brasil

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Em entrevista à BBC News Brasil, o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) no Brasil, Rafael Zavala afirmou que “não se priorizou o combate à fome no país” e que o problema do país não é de escassez de alimentos, mas sim de ampla desigualdade causados causada pelo abandono de investimentos no salário mínimo e na geração de empregos.

“O problema no Brasil e na América Latina não é de disponibilidade de alimentos, mas sim de desigualdade, pobreza e falta de renda…o obstáculo é gerar uma estratégia de agricultura verdadeiramente sustentável, com desmatamento zero, para alimentar uma população com fome zero“, afirma na entrevista que pode ser lida na íntegra no site do G1. (acesse em http://glo.bo/3nDxcig)

De acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, conduzido pela Rede PENSSAN e divulgado no início de junho, são mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras em situação de fome (15,5% da população), um salto enorme dos em relação aos 19,1 milhões no fim de 2020.

A fala de Zavala é mais uma evidência da necessidade de interrompermos os eixos que sustentam o atual modelo econômico, responsável por grande parte da barbárie em que nos encontramos hoje. São eles: o modelo tributário regressivo; a política monetária suicida praticada pelo Banco Central (que impede a geração de emprego e renda); o Sistema da Dívida (que impede investimentos públicos que também poderiam gerar empregos); e o modelo primário-exportador de commodities da mineração e do grande agronegócio, irresponsável para com as pessoas e o ambiente, e que serve para gerar reservas em moeda estrangeira para comprar a confiança dos grandes beneficiários da dívida pública, em detrimento da agricultura familiar, produtora de alimentos para o povo brasileiro. Tudo está interligado!

Neste ano tão importante, é preciso questionar os candidatos e exigir a auditoria da dívida, para que possamos o quanto antes interromper esse sistema que amarra e atrasa o nosso Brasil! #AuditoriaJá