A mentira do “déficit financiado por endividamento”

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Em mais um corte da live que desmonta os ataques ao trabalho da Auditoria Cidadã da Dívida, principalmente ao gráfico de pizza usado para retratar os gastos com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, o economista Rodrigo Ávila explica, nesse trecho da live, a falácia de que a dívida estaria financiando gastos sociais, face à alegação de que haveria déficit primário desde 2014. Isso é a chamada mentira do “déficit financiado por endividamento”.

“A metodologia usada pelo FMI e que o Brasil adota para definir o que é déficit primário simplesmente ignora diversas receitas, aí fica fácil. Retira lucros do Banco Central, recebimento de dívidas dos Estados com a União, etc. e isso tudo vai para pagar dívida também. Existe um conjunto de receitas que não são consideradas e aí eles fabricam um déficit primário, quando na verdade o Brasil está produzindo riquezas e recursos para pagar dívida… Na verdade a dívida não está alimentando a sociedade com recursos”, mas sim o contrário, como explica Rodrigo: a dívida pública não serve para aportar recursos em áreas sociais, mas para tirar, e que enquanto outros países pegam empréstimos para investimentos na economia, no Brasil são feitas dívidas para pagar juros, em uma opção política.

“Durante 20 anos (1995-2015) o Brasil registrou superávit primário de R$ 1 trilhão e mesmo assim a dívida explodiu, de R$ 89 bilhões para R$ 4 trilhões. Então mesmo se você conseguisse fazer um superávit monstruoso por essa metodologia que esconde as receitas, não se conseguiria evitar essa dívida ilegítima, porque ela não cresce por causa de gasto social, ela não cresce por causa de uma suposta gastança, não tem nada a ver com isso, ela cresce por causa dos juros sobre juros. Faça a economia que quiser, com cortes na educação, na saúde… a dívida vai continuar crescendo e se multiplicando porque ela cresce por mecanismos financeiros”, completou.

Confira no vídeo.