Mentiras e riscos da reforma administrativa – Ideias que TransFormam (APCEF-RS)
Na noite desta terça-feira (20), a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, bateu um papo com a jornalista Anne Ledur sobre as mentiras e os riscos da PEC 32, conhecida como “reforma administrativa”, na live “Ideias que TransFormam”, organizada pela Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF) do Rio Grande do Sul.
Perguntada sobre os pontos positivos da proposta, Fattorelli destacou que na avaliação feita pela ACD, a PEC 32 não tem pontos positivos. “Essa proposta está direcionada para um processo de privatização e terceirização. Isso já está acontecendo no serviço público há muito tempo, mas com essa PEC será de uma forma generalizada”, explicou.
Fattorelli chamou atenção para o artigo 37-A da PEC 32, que prevê que o compartilhamento de estrutura física e de recursos humanos entre o setor público e o setor privado, ou seja, o atual servidor poderá em breve dividir seu espaço de trabalho com alguém que entrou sem ter prestado concurso ou realizado treinamento para fazer as mesmas funções. Com o tempo, isso poderá se tornar rotina, acarretando no fim dos concursos públicos e colocando em extinção as carreiras existentes.
“O setor privado vive de lucro e muitos serviços que hoje são gratuitos poderão ser cobrados”, disse Maria Lucia, citando o apagão no estado do Amapá e o alto índice de mortalidade em hospitais privatizados do Mato Grosso como exemplos de privatizações que prejudicam a população. Por outro lado, destacou o papel do SUS – Sistema Único de Saúde e da Caixa Econômica Federal como serviços públicos essenciais, ainda mais destacados durante a pandemia de Covid-19.
Fattorelli reforçou que a PEC 32 foi criada a partir de estudos mentirosos do Banco Mundial, que classificam os servidores como o maior gasto do governo, quando na realidade é a dívida pública, jamais auditada e sem contrapartida para a população, a grande responsável pelo rombo das contas públicas. “Quem vai ganhar com essa PEC são os grandes empresários e as multinacionais que virão ocupar o lugar do serviço público. É aí que está o interesse desse projeto, é isso que o Banco Mundial representa: o setor financeiro”, completou.
Assista e confira como foi.