Presidente do Banco Central se esquiva e não responde às perguntas da ACD durante Audiência “interativa’ no Senado
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizou nesta terça-feira o Debate sobre as diretrizes, implementação e perspectivas futuras da política monetária.
Apesar de ser um “Evento Interativo”, o Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que antes de assumir essa função era Chefe e Sócio do Itaú Unibanco e possui passagens pelo Fundo Monetário Internacional, não respondeu às perguntas enviadas pelo economista da Auditoria Cidadã da Dívida, Rodrigo Ávila, relativas à falta de transparência sobre a dívida pública, as altas taxas de juros e as operações compromissadas, que serão ainda mais danosas caso o PL 9248/2017 seja aprovado.
Confira as perguntas enviadas:
. Atualmente, é proibido ao BC emitir títulos, e o BC tenta driblar a lei com as compromissadas. O PL 9248/2017 não seria uma tentativa de legalizar tais operações?
. Como vai resolver o problema das compromissadas com o PL 9248/2017, se ele apenas muda o nome das operações e as tira da contabilidade do SIAFI?
. Por que o BC não divulga o nome dos detentores de títulos da dívida pública?
. Por que o BC parou de divulgar o Quadro XXXVI- Títulos Públicos Federais?
. Para que defender a autonomia do BC para combater inflação de preços administrados com alta de juros (como em 2015, por exemplo), se isso não combate a inflação e só aumenta o lucro dos rentistas da dívida pública?
. Por que justificar essa operação (de tomar emprestada a sobra de caixa dos bancos, pagando-lhes juros altíssimos) sob o argumento de combate à inflação, se a inflação caiu em 2017 abaixo da meta e tais operações continuaram acima de R$ 1 trilhão?
. Para que o BC tem que tomar emprestada a sobra de caixa dos bancos, de mais de R$ 1 trilhão, pagando-lhes juros altíssimos (quase meio trilhão de juros nos últimos 4 anos), se isso faz com que os bancos não queiram emprestar a pessoas e empresas a juros civilizados?