Coordenadora Nacional da ACD, Maria Lucia Fattorelli disserta sobre auditoria da dívida e mobilização social – Painel 10 do Seminário Nacional da ACD

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A última palestra do Painel 10 do Seminário Nacional promovido pela Auditoria Cidadã da Dívida foi “Auditoria da Dívida como ferramenta de mobilização social para enfrentar o Sistema da Dívida e virar o jogo”, ministrada pela coordenadora nacional da ACD, Maria Lucia Fattorelli. Ela iniciou explicando que “A auditoria é uma ferramenta poderosíssima para a conscientização social, pois revela dados comprovados através de procedimento de investigação feita em base a documentos e dados oficiais.

O resultado da auditoria – feita com participação social e não a das empresas do próprio mercado – mostra o caminho do dinheiro, mostra os meandros feitos para camuflar operações ilegais, ilegítimas e até fraudulentas, mostra o desvio de grandes volumes de recursos para o pagamento de mecanismos que não tem nada a ver com o que a população imagina que seja uma dívida. Aí é que está a questão.

Se a sociedade tomar conhecimento dos resultados da auditoria, imediatamente ela vai se mobilizar, porque ela vai entender por que estão faltando recursos para as urgentes necessidades sociais, para a sobrevivência da maior parte da população brasileira, que se encontra em insegurança alimentar, e porque um país tão rico como o nosso está tão atrasado, em todos os aspectos! Quem toma consciência dessa injustiça, se mobiliza!”.

Alertou para o fato de que você paga a dívida, mas não sabe que dívida é essa, não sabe quanto você paga e nem para quem paga! Durante sua exposição, mostrou o vídeo do TCU, segundo o qual “Nenhum investimento foi feito com emissão de Títulos Públicos” , que prova que a dívida pública não tem servido para investimentos no país.

Maria Lucia elencou vários exemplos para ilustrar as metáforas usadas pelo mercado financeiro, que sempre se aproveita dos momentos mais tumultuados para aprovar projetos graves para a nação. “Temos que reconhecer que o mercado financeiro sabe aproveitar os momentos. Aproveitou o tumulto do impeachment de Collor e o desaparecimento de Ulisses e Severo Gomes para ressuscitar a dívida suspeita de prescrição. Aproveitou o tumulto das denúncias da lava-jato e do impeachment de Dilma para fabricar a crise que derrubou o PIB em 7% em 2015-2016 e explodiu a dívida pública, que tem servido de justificativa para contrarreformas, privatizações, EC 95, EC 109 etc. E está se aproveitando da pandemia: a metáfora da moda é o ‘Depósito Voluntário Remunerado’, a bolsa-banqueiro.

Essa operação não é qualquer operação. Ela é a principal operação responsável pelo travamento da economia brasileira: os juros de mercado são abusivos no Brasil por causa dessa remuneração diária aos bancos. E juros exorbitantes amarram a economia: fica tudo travado! E o país fica literalmente na mão do mercado: quando o mercado quer criar uma crise, derrubar o PIB e até o governo, como fez com Dilma, ele aumenta os juros e aumenta o volume dessas operações: simples assim – está criada a crise!”, declarou.

Assista:

Veja o Painel 10 na íntegra: