Grande imprensa diz que inflação de julho justifica juros altos. Será verdade?

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Na sexta-feira (09), a grande imprensa falou sobre a divulgação da inflação (IPCA) de julho pelo IBGE, de 0,38%, dizendo que ela veio alta devido a um suposto aquecimento da economia e do emprego, e um também suposto excesso de gastos sociais, que estaria gerando um também suposto excesso de demanda por produtos e serviços, que deveria ser combatida por meio de juros altos e corte de gastos sociais.

Porém, a expectativa de crescimento econômico (segundo os próprios rentistas da dívida pública) é de modestos 2,2% em 2024 (Fonte) , e os gastos sociais já estão contidos pelo chamado “Arcabouço Fiscal”, então, o que estaria de fato causando o aumento de preços?

Analisando-se as tabelas de “Resultados por Subitem” do IBGE (Fonte), verificamos que 86% da inflação de julho se devem a fatores que nada tem a ver com uma suposta demanda aquecida, mas com preços definidos pelo próprio governo, como os combustíveis, energia elétrica, planos de saúde, telefonia, internet, e pedágio. Somente o aumento do combustível foi responsável por nada menos que 77% da inflação de julho, ao mesmo tempo em que a Petrobrás já apresentou lucro de mais de R$ 20 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024, dos quais devem ser distribuídos mais de R$ 13 bilhões aos acionistas.

Resumindo: o governo mantém os altos preços dos combustíveis (enchendo os bolsos dos grandes acionistas da Petrobras) e ainda promoveu aumentos nestes preços em julho, dando mais combustível para a grande mídia e o Presidente do Banco Central ficarem alegando que o país necessitaria de juros altos para segurar a inflação.

Portanto, verifica-se mais uma vez a grave ilegitimidade da dívida pública federal, que não tem se prestado a financiar investimentos sociais, mas para sugar recursos da sociedade, para viabilizar o pagamento dos juros da própria dívida, juros estes sem justificativa.

Auditoria com participação da sociedade já!

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