Manifesto

MANIFESTO EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL,
CONTRA O MODELO ECONÔMICO INJUSTO E A POLÍTICA MONETÁRIA
DE JUROS ABUSIVOS

 

O povo brasileiro é herdeiro de um território abençoado por Deus e preservado por milênios pelos povos originários e comunidades rurais. Somos uma das nações mais ricas do planeta em recursos naturais e estratégicos: abrigamos 12% da água doce do mundo, temos energia limpa em abundância, terras férteis, e somos detentores de 98% do nióbio, mineral estratégico utilizado nas principais indústrias de alta tecnologia do mundo. No entanto, essas riquezas não têm estado a serviço do povo.

 

A população brasileira vem sendo sistematicamente enganada e o país saqueado. As riquezas ambientais, sociais, econômicas, culturais e intelectuais são desviadas para grandes corporações, bancos privados e bancos centrais de países ricos – com a cumplicidade de autoridades de todos os poderes, governantes, parlamentares, magistrados, empresários, banqueiros, altas patentes militares, grande mídia, sobretudo o jornalismo econômico. Tudo isso ocorre sob o comando de um modelo econômico injusto, não transparente, cujo centro é o Sistema da Dívida que, ao invés de aportar recursos para serem investidos em nosso desenvolvimento socioeconômico e ambiental, funciona como um esquema contínuo de transferência das riquezas – produzidas pela classe trabalhadora – para uma elite de bancos e outros rentistas, por meio de mecanismos financeiros e altas taxas de juros, sem qualquer retorno em investimentos sociais ou produtivos no país.

A política monetária operada pelo Banco Central (BC), historicamente subordinado ao Banco de Regulações Internacionais (BIS), alimenta o Sistema da Dívida e serve ao capital financeiro especulativo, nacional e internacional, e não ao povo. Por meio da manipulação da taxa Selic e da remuneração indevida da sobra de caixa dos bancos (a chamada “bolsa-banqueiro”), o Banco Central cria dívida pública sem contrapartida social e sequestra o orçamento do país para favorecer a acumulação improdutiva do capital. A cumplicidade de todos os poderes com a indicação de diretores do BC vinculados ao sistema financeiro, apresentação, aprovação e validação de emendas constitucionais, leis e decretos que impõem tanto o falso diagnóstico da inflação quanto seu regime de metas (Conselho Monetário Nacional, composto pelos ministros da Fazenda, Planejamento e presidente do BC), favorece a irresponsável atuação do Banco Central no suposto combate à inflação.

Como resultado, há anos, mais de 40% do orçamento público federal é destinado ao pagamento de juros e amortizações da chamada dívida pública, enquanto áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura e segurança sofrem com cortes contínuos.

Em maio de 2025, o Banco Central elevou novamente a taxa Selic para 14,75% ao ano, justificando que isso seria necessário para conter a inflação. Contudo, mais de 70% da inflação recente decorreu de preços administrados pelo próprio governo (como combustíveis e energia) e preços de alimentos, fatores que não têm relação com a alegada demanda aquecida. Subir juros não serve para controlar esse tipo de inflação que existe no Brasil. Pelo contrário, os juros altos encarecem o crédito e aumentam os custos das empresas, que são repassados aos preços dos produtos e serviços e aumentam a inflação. Juros altos exigem cada vez mais cortes de gastos sociais por meio de políticas de ajuste fiscal, arcabouço e teto de gastos para o seu pagamento. Além disso, ainda impõem sucessivas reformas que tiram direitos da classe trabalhadora, entregam o patrimônio público nas privatizações, travam toda a economia do país, comprometem empregos, reduzem investimentos e aprofundam a crise econômica e a desigualdade social.

Cada ponto percentual de aumento na Selic representa, segundo o próprio BC, um gasto adicional de R$ 55,2 bilhões por ano com juros da dívida pública. Apenas os aumentos de setembro de 2024 a maio de 2025 (de 10,5% para 14,75%) somam um injustificado gasto adicional de cerca de R$ 230 bilhões por ano, sem nenhuma justificativa técnica ou econômica que se sustente. Aí é que está o rombo das contas públicas, e não nos investimentos sociais.

Essa política monetária insana retroalimenta o Sistema da Dívida, que vem funcionando desde a ditadura militar, passando por questionáveis negociações e acordos internacionais (anos 80) nos quais dívidas externas privadas foram transformadas em dívidas públicas assumidas pelo Banco Central, sem qualquer escrúpulo ou transparência. Tais acordos, sob suspeita de prescrição, foram revalidados no Plano Brady de forma absurda (anos 90), aprofundando a subserviência econômica e financeira do país com a transformação daquela dívida externa ilegítima em dívida interna remunerada com juros exorbitantes a partir do Plano Real.

A crise que vivemos não é natural: é fabricada. O próprio ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, declarou que o objetivo da política monetária é “colocar o país em recessão para recuperar a credibilidade”. Isso é um atentado contra o país e o povo.

DIANTE DISSO, EXIGIMOS:

  • Enfrentamento do modelo econômico injusto que concentra a riqueza e produz desigualdades;
  • Realização de uma auditoria integral da dívida pública com participação social, a fim de desmascarar o Sistema da Dívida e seus mecanismos;
  • Limitação urgente das taxas de juros no Brasil para todas as modalidades de empréstimos e financiamentos, por meio da aprovação do PLP 104/2022, que também proíbe a prática da bolsa-banqueiro;
  • Fortalecimento da Frente Parlamentar pelo Limite dos Juros e pela Auditoria Integral da Dívida Pública com Participação Social, para garantir transparência e o cumprimento da Constituição Federal;
  • Fim da autonomia de fato do Banco Central por meio da revogação da Lei Complementar 179/2021 e arquivamento da PEC 65/2023;
  • Revogação dos Decretos Presidenciais 12.079/2024 e 3.088/1999, que estabelecem a taxa de juros como forma de combate à inflação;
  • Colocar a riqueza nacional a serviço do povo, garantindo a efetividade de direitos sociais e ampla igualdade de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras, o que é fundamental para a democracia.

O Brasil não pode continuar refém de um sistema que gera escassez, destrói os serviços públicos, precariza as estatais e promove desigualdade para beneficiar uma minoria financeira. É hora de nos mobilizarmos por um modelo econômico a serviço da vida, do povo e da soberania nacional.

As Entidades da sociedade civil, movimentos sociais e pessoas abaixo relacionados assinam este manifesto como parte do compromisso com a justiça social, econômica e ambiental, a democracia e o controle cidadão sobre as finanças públicas.

Entidades da sociedade civil e movimentos sociais:

ACD – Auditoria Cidadã da Dívida
ADUFOP – Associação dos Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto
ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
A Escola Legal
Bancários-DF – Sindicato dos Bancários de Brasília
Coletivo Praia Limpa
Diálogo e Ação Petista da Baixada Santista
FENAJUD – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados
ONG MAKAÚBA
SERJUSMIG – Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado de Minas Gerais
SINDCOP – Sindicato dos Servidores Publicos do Sistema Penitenciario Paulista
SINDIPETRO-LP – Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista
SINDJUFE-BA – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia
SINJAP – Sindicato dos Serventuários da Justiça do Estado do Amapá
SITRAEMG – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais
SINTRAJUD – Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo

Pessoas Físicas

Maria Lucia Fattorelli

Jairo Ferreira de Souza

Sandro Cabral da Silva

Ricardo Medeiros Brandão de Castro

Lara Fernanda Modolo Ducci

Alexandre Alvarez Benelli Redia

RUIZ ALVAREZ PEDRO SAUL

Marcia Perrone

gabriel radames alves vieira de gois

Antônio Edmar Vieira Silva

Rodrigo Vieira de Avila

Emerson Irineu dos Santos

Sidney Castilho Alves

Christiane Souza

Maria Helena Silva de Souza

Júlio César Nóbrega Gadelha

JOILSON VIEIRA

Gerson de Freitas Junior

Victor Tagore de Mello e Alegria

Pedro Luiz Christiano

Rita Gattiboni

Ismael Matos Meira

Silvana Thereza Arato Barolo

Carlos Alberto Lungarzo

Pedro Aquino de Santana

MARLUCE do Socorro da Silva Soares

João Carvalho do Couto

Roberto Bocaccio Piscitelli

Luiz Fernando Scott

Sérgio Ricardo Pinheiro Nunes

Francisca Eliane da Costa Piínheiro

Arquimedes Diógenes Ciloni

João Batista M Pereira

Glauco dos Santos Gouvêa

Hudson Rodrigues Lima

Pedro Abreu

Antonio René Iturra

Benedito Santos

José Paixão Moreira Martins

VALMIR MOREIRA DOS SANTOS

Alzemira Urbano de Jesus.

GILBERTO AUGUSTO DE OLIVEIRA BRITO

Carlos Magno dos Santos Rocha

Vitor Collares de Carvalho

Ana Paula Silva Almeida

MARIA DE FATIMA BASTOS MACHADO

Ana Claudia Gattiboni dutra

Nadia M Justo

Rita de Cassia Felicetti de Oliveira

Caio porto neto

Mauricio Santos Matos

Airton Omena jr

Diogo Alvarenga Solano

Valquiria leandro.gomes

Carmen Lúcia G. Cardoso

Sandra Ávila

Álvaro Fabiano Pereira de Macedo

Célia Maria Almeida Maia

Ana Silva

Mauricio Xavier Coutrim

Daniel Coimbra Matos

MARCUS VINICIUS MORORÓ MONTEIRO

Talita Geyse Lima Sales

Vanderley Castro da Silva

Domingas Martins Ferreira

Antonio José de Almeida Magalhães

Ana Wanderleia Moraes Martins

José Almeoni Mendes da Silva Pinho

Maria Cristina Lima e Silva

Julia Torroglosa

Olenir Maria Mendes

Jorge Omir Ribeiro da Silva

Daniel Ramos Araújo

Edécio Pereira de Matos

DOUGLAS ANTONIO DATTI

Carlos Henrique Tretel

Gerson Machado

Gilson Pimentel Barreto

Moises Eduardo Matias Oliveira

Carlos Roberto Menezes Silva

Mauro Luciano de Oliveira

Claudia Idabel Lulkin

Fatima Regina

Ezequiel dos Santos Santiago

Rodrigo Cavalcante Moreira

Eduardo Blasques Martins

Cláudio Lima

José Cláudio de Souza

Daniela Goldoni

Luiz Fernando Santos Bandeira

Carlos Roberto romacho

María Celma Borges

kathia maria toledo ferreira

María Célia Horn Iwaya

ELISEU CARLOTA

Ivan Maia de Mello

Gilca garcia de Oliveira

Maria Do Rosário de Oliveira Carneiro

EDUARDO ARAUJO DE SOUZA

Jussara Maria Santos Barbosa

Lucia Dias Mendes

Samuel Ferreira da Silva Filho

Douglas Neves

José Dinairan Oliveira Tôrres

Paschoal Euclides Cintra

Fernando Cruz Barbosa de Moraes

CIRO MANZANO DE OLIVEIRA

MARIA DOLORES A. LOBATO DA SILVA

PAULO HENRIQUE ALMEIDA DE ANDRADE

Julio Cesar Perez

Amauri Roberto Porfírio Horne

Kathiuça Bertollo

Adelson Fernandes Moreira

Francisco Fiorini Moreira

Sergio Fontoura da Silva

André Luís Cardoso Santos

Rita Vieira

Jailton dos Santos Andrade

Marcelo Galvão da Silva

Arlete Ribeiro Aguiar Silva

Eliene Souza dos Santos Guedes

Laís Peroba Esteves

Fernando Santos de Almeida

Patrícia Mattos da Cruz Filgueiras

Roberto da Silva Gutierrez

Ellen Nogueira

Carmen S.S.Sá

Michele de Paula Quadros

Cláudia Maria Leite Assunção

Marta Fernandes da Silva

Sônia Maria Corrêa Alves

Marluce Oliveira da Guarda Souza

Fabia Bittencourt

Sandro Sales

Salio Firmino Calmon Santos

Luiz Artur de Oliveira

clair da flora martins

Reinaldo Rocha

Thales Alves Martins Fernandes

Jislene Trindade Medeiros

Wellington dos Santos França

Eliseu da Cruz melo

José Rogério dos Santos Mello

ricardo vito labbate

Aldérico Rodrigues da Silva Junior

Luiz Joaquim Cardoso Rocha

Dilson Santana

Cristiano Luis Matsumoto

Renato Alberto Grando

Cássio Furlan Chicon

Janon Mazeti Moreira

Zélia Pereira

Deyze Cristina Costa

Sonia Marilza Castanhar Roque

BRUNO JOSE MARTINS DA SILVA

Luiz Pereira dos Santos

Paulo Roberto Ribeiro Seabra

Angélica Gonçalves

Moacyr Moises de Barros

Edson Bomfim dos Santos

Izabel Bernardis

Gesa Linhares Corrêa

Maria de Lourdes Simonelli Daniel

Maria Teresinha de Noronha Roledo

Vinicius Cruz Viterbo

Maria erothides falcao vasconcellos

Neiva Inês Lazzarotto

Cristina Soraia de Castro

Carlos Eduardo Pestana Magalhães

Alan de Castro Ferreira

Ana Maria Costa Rodrigues

Márcia Martins Guerta

José Luiz Amalio da Silva

Anadia P Ferreira

Ricardo de Sousa Machado

Fatima Maria Marins Guerreiro

Maria Rita Pereira de Almeida

Fernanda Dias

GLEICE ANTOBIA DE OLIVEIRA

Mário Xavier Antunes de Oliveira

Gleice Carlos Nogueira Rodrigues

Luiz Antônio Nolasco Velasco

Edegar Antônio Formentini

MARCIO DE SOUSA ROCHA

Sergio Pinfildi

Gerson Machado

Allan Kardec Soares Passos

Fernanda Mayara Nogueira

Laura Lima

Beloni Daron Gonsiorkiewicz

Juliana lopes lima

Rodrigo Machado Souza

Jorge Luis de Araújo Silva

Marli Brigida dos Reis

RODRIGO SCHEFER MATOS

Moacir Bottecchia

Lana Pinheiro

Aparecido de Oliveira Pereira

Lujan Maria Bacelar de Miranda

Márcia Trugano

Leonardo Venâncio Guimarães de Pinho

Rogério Almeida Martins

Gunther Sacic sindipetro caxias

Maria da Conceição Medeiros Dias

Sandra Martins de Souza

Nelson Hiroshi Maruyama

Tainã Sousa Costa

Paulo Antoniolli

Cassia menezes de oliveira

Frederico Willian Peixoto Batista

Antônio Carlos de Andrade Filho

Maria de Aparecida Silva

Klauss Paixão França

Luiz Fernando da Silva

Eduardo Mei

Adalcema dos Santos

Walkiria da Costa Campos

Milton da Silva Santos

Gilmar salgado dos Santos

Mauro Messias Alvim Filho

María Raquel Garcia Vega

Jesus David Medeiros Oliveira

Glaucione Jucá da Paz

Tereza de Jesus Oliveira Pinto

Ronaldo da Costa Formiga

Sandra de Cassia Meneses Silva

Octavio de Oliveira Junior

José Luis Reghelin

Elias Alves de oliveira

Luciana César de Almeida Rocha

Alirio Cesar de Almeida Gomes

Eden Silva Peretta

Iolanda Giordano Silva

Maria Cristina Mendes Suares

Rita ottoni

Cleier Marconsin

Andréa Moreira Prado

Gema Galgani Reis

Marcos Viana

fernando alvarez silva

Luiz Maurício Araujo Mello

LUIZ FERNANDO GONÇALVES COSTA

Marcos Fernando de Oliveira Pinheiro

Deuseli Ap Martins Battain

Eduardo Mendonça Couto

Joao Evangelista Abreu Freitas