Brasil de volta ao mapa da fome enquanto bancos batem recordes de lucro

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No início do mês de julho foi amplamente noticiada a volta do Brasil ao chamado Mapa da Fome, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Para fazer parte desta triste estatística, um país precisa que mais de 2,5% de sua população enfrente falta crônica de alimentos e, no Brasil, este índice atingiu os 4,1%. Enquanto isso, os quatro maiores bancos do Brasil registraram, no primeiro trimestre do ano, lucro líquido recorde de quase R$ 25 bilhões. É um absurdo que um país tão rico como o nosso, com imensas possibilidades e recursos naturais viva um cenário de escassez e desigualdade como esse.
 
O desvio de recursos e a concentração de renda são frutos do atual modelo econômico e precisam ser combatidos se quisermos mudar essa situação! Como Maria Lucia Fattorelli explicou em um dos artigos de sua série sobre as eleições, publicado no Extra Classe (“Brasil: Eleições E Modelo Econômico”), a soma de eixos como o modelo tributário regressivo (cobra mais dos pobres que dos ricos); a política monetária suicida praticada pelo Banco Central; o Sistema da Dívida, e o modelo primário-exportador de commodities da mineração e do grande agronegócio (irresponsável para com as pessoas e o ambiente) são os principais causadores desta situação.
 
Neste ano eleitoral, é nosso dever cobrar dos candidatos que apresentem propostas capazes de enfrentar estes eixos e que se atentem ao crescente gasto com juros e amortização da dívida pública, que já consome mais da metade de todo o orçamento federal! Que dívida é essa que quanto mais se paga, mais se deve? A quem estamos pagando? Por que seguir com essa política ineficaz de aumento de juros que só sacrifica ainda mais nosso povo? Precisamos de respostas! Precisamos de auditoria! Precisamos de uma CPI do Banco Central!