Mídia alerta para o que ACD denuncia há anos: Banco Central fabrica crises
Artigo do economista Demian Fiocca e publicado pelo Valor Econômico “Política monetária causou a deterioração fiscal”, alerta para os impactos da política monetária na deterioração fiscal do país. Porém, o que agora ganha destaque na grande mídia já vem sendo denunciado há anos pela Auditoria Cidadã da Dívida (ACD). O Banco Central tem fabricado crises ao insistir em uma taxa de juros exorbitante que, em vez de conter a inflação, aprofunda os problemas do Brasil. O BC ainda enxuga grande volume de moeda e remunera diariamente aos bancos.
O artigo expõe como a decisão do BC de elevar a Selic sem justificativa real afetou diretamente as contas públicas. Esse fenômeno não é novo e já foi explicado por Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da ACD, em artigos como o publicado no Monitor Mercantil em 2021.
Fattorelli alertava sobre o funcionamento perverso desse sistema. Juros altos travam a economia, impedem investimentos produtivos e favorecem apenas os bancos, que lucram com a chamada “Bolsa Banqueiro”. Em 2020, essa remuneração absurda das instituições financeiras por meio de operações compromissadas chegou a R$ 1,6 trilhão. Essa política monetária visa garantir lucros exorbitantes ao setor financeiro à custa da economia real.
A mídia agora reconhece que a política monetária do BC não está isolada de suas consequências. A Selic elevada encarece o endividamento público e torna o ajuste fiscal um esforço inútil, pois o crescimento da dívida decorre principalmente dos juros abusivos, e não dos gastos primários do governo. É exatamente essa distorção que a ACD tem exposto há anos: a política monetária no Brasil tem servido como mecanismo de transferência de renda para o setor financeiro, travando o desenvolvimento nacional.
Sem uma mudança estrutural na política monetária, continuaremos presos a um modelo que fabrica crises, mantém a economia estagnada e aprofunda desigualdades.