Monitor Mercantil: “Como chegamos à barbárie social”, por Maria Lucia Fattorelli

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É necessária uma auditoria da dívida pública para estancar a sangria

Apesar das imensas riquezas existentes no Brasil, o nosso desenvolvimento socioeconômico encontra-se completamente travado: caímos para a 13ª posição no ranking do PIB mundial, ultrapassado até pela Austrália; agrava-se o processo de desindustrialização; e exacerba-se o desemprego, a desocupação e a extrema desigualdade social, com alarmante aumento, a olhos vistos, de famílias em situação de rua em todas as cidades do país, sobrevivendo à custa de lixo e ossos. Enquanto isso, os jornais noticiam que “Grandes bancos têm maior lucro nominal em 15 anos”, um novo recorde, tendo em vista que o lucro dos quatro maiores bancos somou R$ 81,63 bilhões em 2021!

Não chegamos à barbárie por acaso e tampouco porque “Deus quer”, mas devido ao modelo econômico que atua no Brasil, projetado para produzir escassez para a maioria enquanto uma minoria privilegiada ostenta níveis absurdos de riqueza. Esse modelo econômico é sustentado principalmente por 4 eixos: o sistema tributário injusto e regressivo, a política monetária suicida praticada pelo Banco Central, o modelo extrativista irresponsável da mineração e do grande agronegócio, e, principalmente, o Sistema da Dívida.

Assistimos a um verdadeiro saque das riquezas nacionais para alimentar o Sistema da Dívida, enquanto todos os outros investimentos necessários ao nosso desenvolvimento socioeconômico são deixados de lado, sob o falacioso argumento de que não haveria recursos.

Recursos não faltam em nosso país! Além de cerca de R$ 5 trilhões em caixa, houve “Superávit Primário” em 2021, no valor de R$ 64 bilhões (resultado referente à União, estados e municípios). Mas todo esse dinheiro está reservado para o rentismo! O gráfico do Orçamento Federal Executado (pago) em 2021 evidencia o privilégio do Sistema da Dívida, que tem sugado a riqueza do país, produzida pela classe trabalhadora, para enriquecer ainda mais os super-ricos, também privilegiados pelo injusto modelo tributário.

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