Sucesso na primeira noite do III Congresso Catarinense 2018 de Auditoria Cidadã da Dívida

Compartilhe:

Mas a Realidade é que o Brasil é a 9ª Economia Mundial, com riquezas naturais em flora, fauna, minérios, clima, abundância de água doce, território grande com o mesmo idioma, cultura, criatividade do povo e tantos outros motivos que trazem a pergunta: Como um país tão rico deixa seu povo tão pobre?

Com quase 300 participantes, a primeira noite do III Congresso Catarinense 2018 de Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) contou com palestra da coordenadora nacional da ACD, Maria Lúcia Fattorelli e do presidente do IELA, Nildo Ouriques, na noite de ontem. O auditório da Reitoria 1 da UFSC começou a lotar, ontem (9/8), para conhecer o Sistema da Dívida Pública e entender como está interligado às políticas econômicas, Contrarreformas, desigualdade social e ao capitalismo neoliberal.

O coordenador geral do evento e integrante do Núcleo Catarinense de Auditoria Cidadã da Dívida (ACD/SC), Antoniel Gonçalvez, abriu o evento elogiando o trabalho voluntário, a presença dos palestrantes da noite, do coordenador do núcleo carioca da ACD Paulo Lindesay, do professor da UNIVALI Daniel Corrêa da Silva e do público. O coordenador da ACD/SC, Luciano Véras falou da composição do núcleo, atividades de formação, palestras e eventos já realizados nestes seis anos.

Maria Lúcia falou sobre o Sistema da Dívida e a Política Econômica, onde abordou conjuntura atual, com o Paradoxo Brasil, onde há cenário de miséria e realidade de abundância. “Chamo de cenário, porque pode mudar, pode ser feito”, explica a coordenadora nacional da ACD, que também é auditora fiscal aposentada da Receita Federal. Neste cenário há corrupção, desigualdade social, cortes em orçamento para Educação, Pesquisa, Saúde, Transportes, Segurança, Assistência Social, entre outros. Mas a Realidade é que o Brasil é a 9ª Economia Mundial, com riquezas naturais em flora, fauna, minérios, clima, abundância de água doce, território grande com o mesmo idioma, cultura, criatividade do povo e tantos outros motivos que trazem a pergunta: Como um país tão rico deixa seu povo tão pobre?

Simples: Usando um modelo econômico concentrador de renda e riqueza. Este modelo tem como principais eixos o Sistema da Dívida, a Política Monetária Suicida e o Modelo Tributário Regressivo. “Neste período eleitoral, precisamos cobrar dos candidatos que realizem auditoria da dívida pública integral, técnica e com participação popular. Todos desde Collor fizeram privatizações. E o recurso das privatizações vai só para Dívida Pública. A própria tributação é injusta. Vocês sabiam que a faixa de renda que mais paga tributos é a que recebe de três a quatro salários mínimos? Os que recebem mais de 300 salários mínimos pagam muito menos de impostos”, declara a auditora fiscal aposentada.

Ela também falou do esquema que ajudou a quebrar a Grécia: Securitização de Créditos. Na prática é a criação de novas estatais disfarçadas como se fossem empresas de sociedade anônima para desviar recursos do orçamento. Assim, os governos não terão controle dos recursos e nenhum planejamento será cumprido. Pior, vai aumentar a dívida pública. Tudo isso justamente num cenário de crise e de privatizações. Foi realizada uma CPI em Belo Horizonte com um caso semelhante (PBH Ativos S.A), em que foram confirmadas todas as denúncias da Auditoria Cidadã. (Veja apresentação) 

Ouriques disse que a Economia tem relação indissociável com a Política, citou Aristóteles. Ele, que também é professor da UFSC, questionou quem enriquece nos debates de política econômica. “Essa República Rentista, como chamo, está num estágio em que todas as frações do capital estão coesas”, afirmou o presidente do IELA. Para ele, o Sistema da Dívida é o esquema mais eficaz para concentração de renda e riqueza nas mãos de alguns.

Por Ana Carolina Madeira (jornalista e integrante da ACD/SC)